segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Elis Regina

 "(…) Elis sabia que o disco ao vivo em Montreux que poderia impulsionar a sua carreira, internacional não sairia. Porque ela não queria, porque tirando os números com Hermeto, ela achava que o resto não valia a pena, não tinha cantado bem. Achava que tinha chutado um pênalti para fora. De volta ao Brasil exigiu de André um juramento de que nunca lançaria aquela gravação, nunca, nem depois que ela morresse. Elis morreu pouco depois aos 36 anos e André não pensou mais no assunto. Até que uma tarde, dois anos depois, André pensava em Elis quando sentiu um arrepio e se lembrou: o show dela à tarde em Montreux, o show-extra que acabou exaurindo-a e prejudicando sua perfomance noturna, tinha sido muito bom….e também tinha sido gravado!


Pediu as fitas e sozinho no seu escritório ouviu e chorou e ouviu e chorou, se lembrou de tudo e decidiu, por amor e admiração – e justiça- contrariar o juramento ao pedido de Elis feito no calor da emoção e da decepção da noite fatídica em Montreux. E constatou que sim, a performance dela com Hermeto era realmente extraordinária, e até ela, mesmo furiosa ( com ela mesma) depois do show reconhecera. André selecionou cinco faixas do show à tarde e juntou-as às três com Hermeto num LP lançado discretamente e sem maiores repercussões como 'Elis em Montreux'. (….) disco histórico".

(Texto de Nelson Motta, retirado das notas da brochura da reedição remasterizada do álbum "Elis Regina - Montreux Jazz Festival", colecção Warner Arquivos, Warner. Outubro 2001). 

Clique aqui para download.


















Disco retirado do excelente blog "Rádio Forma e Elenco do Marconi". 

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