sábado, 18 de maio de 2013

Virada Cultural 2013 foi centralizada, aumentou gastos e diminuiu eventos; Veja alguns destaques


Há 5 meses a frente da prefeitura de São Paulo, a administração de Fernando Haddad (PT) na área cultural deixa a desejar. O ‘novo tempo’ para a cultura ainda não mostrou a cara. Para piorar, a Virada Cultural deste ano aumentou gastos, diminuiu atrações e ficou concentrada na região central da cidade.

O orçamento da festa em 2013, subiu de R$ 7,5 milhões para R$ 10 milhões, mas os eventos foram diminuídos em 16%. Nesta edição foram cortados todos os Centros Educacionais Unificados (CÉUs), que em 2012, reuniram 162 atrações. O secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, justifica que o antigo modelo levava a dispersão e explica: “O que nós não queremos é que a periferia tenha de ficar na periferia. Queremos que as pessoas que moram lá venham até a Virada”, frisou.

A explicação de Ferreira é razoável. Só que o morador de uma área mais afastada (como eu) sabe das dificuldades de retornar para casa na madrugada. Como em outras edições, o metrô fecha meia noite e só funcionará a partir das 4h40. Para pegar um ônibus, boa sorte. Nesse meio tempo, o número de passageiros aguardando  sua vez só aumenta, e conseguir um espaço no coletivo é uma luta incessante. Adeus, diversão. Além disso, essa concentração dificulta a locomoção de um palco para outro. É o efeito 'panela de pressão', que já ocorreu em anos anteriores. Os eventos deveriam ser espalhados por toda a cidade, levando o acesso a cultura a todos os bairros. 

Em seu plano de governo que ainda nem completou um ano de vida, Haddad prometeu a “ampliação da virada cultural, mais descentralizada e periódica”. Será que este ano ainda veremos essa ‘periodicidade cultural’, ou esperaremos até 2014 pela mesma Virada Cultural? O prefeito que pretende levar empregos para a periferia, melhorando a mobilidade e fortalecendo essas regiões com o ‘arco do futuro’ (espero que se concretize), esqueceu-se da cultura, por enquanto. Uma pena.

Destaques musicais da Virada

O entusiasta do rock, este ano desanimou. No palco São João, Billy Cox & Edgar Scandurra fazem homenagem a Jimi Hendrix. Mais tarde, a banda Mondo Generator, do ex-baixista do Queens of the Stone Age, talvez anime (00h). O progressivo inglês dos desconhecidos do Nektar e membros do Van Der Graaf Generator também.  (a partir das 16h) É pouco.

No palco Júlio Prestes, Gal Costa se apresenta às 21h. O funk de George Clinton (3h), apesar do horário ingrato, é uma boa. Na miscelânea que o lugar se transformará ainda irão tocar Sérgio Reis & Renato Teixeira (9h), Criolo (12) e Racionais Mcs (15h). Bacana.

No Pátio do Colégio, alguns destaques verde-amarelos. O som dos paraibanos do Cabruêra (2h) é satisfação certa. Mombojó (8h), Céu (16h) e Otto (18h), também merecem atenção. No palco Casper Líbero, Andréia Dias toca às 16h. No mercado municipal, além da boa comida, muito choro. Vale a pena.

Em outros nichos culturais, haverá teatro de rua na Liberó Badaró x Avenida São João, cortejos e intervenções saindo do Anhangabaú, e stand up comedy na Sé. Mesmo que nada agrade, sair de casa e dar uma passada por lá é válido, apesar de algumas derrapadas dos nove curadores e da prefeitura. Mas pode melhorar. É o que esperamos. 

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