quarta-feira, 3 de abril de 2013

Black Sabbath confirmado no Brasil. Mas existe lugar em SP para o show?

Tony Iommi, Ozzy Osbourne e Geezer Buttler

          A notícia do jornal Destak é sensacional: o Black Sabbath virá ao Brasil em outubro deste ano para apresentações fora de festivais em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Mas na capital paulista, onde será o show? Não há estádios disponíveis na cidade. Então, qual será este solo sagrado que vai abrigar a reunião de Ozzy Osbourne (vocais), Tony Iommi (guitarra), e Geezer Butler (baixo)?

       Sim, os integrantes originais, que nunca tocaram juntos em terras tupiniquins, estarão reunidos por aqui, porém, sem o ‘mala’ do Bill Ward (bateria) que atualmente é substituído por Brad Wilk, do Rage Against the Machine.

       Voltando ao sacro local, não há espaço na cidade de São Paulo para um evento de, no mínimo, 60 mil pessoas. O estádio do Morumbi que naturalmente comportaria um grande evento como este está impossibilitado por conta da indefinição a respeito do futuro das obras de cobertura das arquibancadas. Ao jornal Folha de São Paulo (25/3 Esportes), o vice-presidente do Departamento Social do São Paulo, Roberto Natel lamentou a situação. “Existe chance de não termos nenhum show até dezembro”, afirmou.

        A Arena Palestra, do Palmeiras, que está em reforma, corre o risco de não ser finalizada até o final deste ano, e, naturalmente, fica de fora para ter o show do Sabbath. O ‘Fielzão’, do Corinthians, em Itaquera, muito menos. O estádio do Pacaembu poderia abrigar 40 mil pessoas, mas desde 2006 a Associação de moradores do bairro obteve determinação judicial que proíbe eventos sonoros no estádio e em seus arredores no período noturno. Sobra o estádio do Canindé, que disponibilizaria 30 mil ingressos. Fora dos estádios, a Arena Anhembi suportaria 30 mil espectadores. Convenhamos, é pouco. Resta, então, no horizonte sombrio, o terreno do Jockey Club, que promoveu o festival Lollapalooza. Esta até poderia ser uma solução, no entanto, o custo é muito mais elevado que a locação de um estádio.

Sonho e loucura

         O Sabbath divulgará por aqui '13', primeiro álbum da banda com Ozzy nos vocais desde "Never Say Die", de 1978. Nós, fãs malucos, fervorosos, esperamos (ansiosos) que o local para a realização do show em São Paulo não seja um problema. Agora, quando o show for oficialmente confirmado, imaginem a loucura na disputa destes ingressos! Ou pensem na ‘briga’ pelo metro quadrado para ficar na frente destes monstros. Será a realização de um, entre vários sonhos do rock.

         A formação original do Sabbath, que virá ao Brasil (sem Ward) deixou de existir em 1979, quando Ozzy foi afastado por problema com drogas. Nos anos 80 e começo dos 90, a banda passou por inúmeras mudanças e na dança de cadeiras passaram Ian Gillan, (Deep Purple), David Donato, Jeff Fenholt, Ronnie James Dio, entre outros.  

        O Sabbath veio ao Brasil em 1992 e 1994, e nestas ocasiões a banda contava com somente Buttler de integrante original. Ronnie James Dio, e Vinny Appice também estavam presentes na época. Dessa vez, com o retorno dos integrantes originais, e com a confirmação do palco em Sp em meados de abril, a loucura se aproxima. E não é exagero. Ao ver Sabbath com Ozzy, Iommi e Buttler, muita gente já terá visto o suficiente nesta vida para partir dessa para uma melhor.  
      

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Queens of the Stone Age coroa Lollapalooza SP 2013

Josh Homme, vocalista do Queens of the Stone Age 

O sábado (30) salvou o festival com as apresentações de Queens of the Stone Age e Alabama Shakes.

        Com uma apresentação espetacular, repleto de clássicos dos três principais álbuns da carreira, o Queens of the Stone Age faz o melhor show do festival Lollapalooza, em São Paulo. Outro destaque foi o aguardado Alabama Shakes, que mesmo com problemas técnicos no palco alternativo, conseguiu ter grande performance. No domingo, o Pearl Jam agradou a muitos fãs ardorosos, mas desanimou entusiastas de seu repertório dos anos 1990, que não se sentiram acolhidos com o set list inovador.

        O show do Queens of the Stone Age, neste segundo dia do festival foi pesado, distorcido, vigoroso, impecável e repassou grandes sons dos quatro últimos álbuns do grupo. Na ocasião, o ‘Queens’ relembrou que também se toca rock em um festival dedicado ao rock. Não tem jeito. Os caras têm uma química perfeita no palco e executam com maestria o que se propõem a fazer. De quebra, a nova música "My God is The Sun" demonstrou que o novo disco promete. Show redondo.   


       O Alabama Shakes fez o que da banda se aguardava. A talentosa vocalista Brittany Howard, e o som promissor da nova banda foram confirmados. Os ‘Shakes’ são um alento no atual cenário morno do pop/rock, como provou o próprio festival com algumas bandas deploráveis. Ou melhor, ruins mesmo.

       Já o Franz Ferdinand e o Cake, fazem papel contrário. Ao vivo são frios, e não passam à energia da maneira que seu som soa no estúdio. Com isso, a apresentação torna-se chata, e transmite apenas sono. O Black Keys, por sua vez, fechou a noite de maneira animadora, mas que não chama atenção. Não prende. O blues/rock executado é bacana, porém o som não tem nenhum atrativo especial.

Domingo

          Finalmente saí do meu quarto para acompanhar de perto o festival.

       Cheguei ao Jockey Club no final da tarde, em meio à ‘loucura’ normal de um evento como este: flanelinhas, cambistas, vendedores de cerveja, capa de chuva, etc. De fato, a previsão do tempo indicava que deveria chover a qualquer momento, o que não ocorreu.

        Lá dentro, nada fora do costumeiro. Lama no tênis, cerveja cara com longas filas, assim como no banheiro. Pegar uma gelada era verdadeira caça ao tesouro, mesmo com a ficha para pegá-la no bolso. Sem a ficha então, boa sorte na empreitada. Após tomar o chopp quente e ruim de um patrocinador do evento, o destino do copo é o chão, e o lixo torna-se obstáculo na caminhada. Lixo, muito lixo, poucas lixeiras. Já o cheiro de esterco – que foi forte no primeiro dia - estava ‘ameno’.

Shows no dia 31

           No evento, acompanhei Planet Hemp, Pearl Jam, além de ‘The Hives’. Já tinha visto o retorno da banda brasileira no Estância Alto da Serra, mas dessa vez, com som bem melhor, os brazucas puderam mostrar seu estilo de forma contundente. Convence, mas ver duas vezes em curto espaço de tempo não empolga. The Hives fez o que dela se espera: rock adolescente, cheio de hits que se tornam chatos após meia hora de apresentação. Sobre o Kaiser Chiefs, me abstenho porque não assisti a banda. 

       O Pearl Jam fez um show fervoroso para os fãs, mas decepcionou àqueles apaixonados pelos álbuns dos anos 1990. Na primeira hora, a apresentação foi baseada nos últimos discos, gerando impaciência de alguns, como este que vos escreve. Por conta disso, tive a sensação de que foi um grande show, porém, percebi que não comungo mais com o som do grupo.

       Ouço o som advindo de Seattle desde os 14 anos, e estive presente no Pacaembu, em 2005, no primeiro show dos caras por aqui, assim como em 2011 – nos dois dias no Morumbi. Nestes, Vedder e companhia tocaram grandes sons da década passada e talvez eu tenha ficado mal acostumado. Tenho convicção de que certas bandas têm um ciclo em nossas vidas. Tentei lutar contra isso, mas Pearl Jam não me diz mais nada com estas canções dos últimos álbuns. Não vale mais de R$ 100 e nem o esforço para vê-los. Mesmo assim, respeito-os pela sua história e pelo talento inquestionável de seus integrantes. Aposto que um dia sentirei saudades de colocar o “Ten” para tocar, ou o DVD do show no Pacaembu (memorável). Pearl Jam sai da cabeceira e vai para o armário (a)guardar uma lembrança.

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