Josh Homme, vocalista do Queens of the Stone Age |
O sábado (30) salvou o festival com as apresentações de Queens of the Stone Age e Alabama Shakes.
Com uma apresentação espetacular, repleto
de clássicos dos três principais álbuns da carreira, o Queens of the Stone Age
faz o melhor show do festival Lollapalooza, em São Paulo. Outro destaque foi o aguardado Alabama
Shakes, que mesmo com problemas técnicos no palco alternativo, conseguiu ter
grande performance. No domingo, o Pearl Jam agradou a muitos fãs ardorosos, mas
desanimou entusiastas de seu repertório dos anos 1990, que não se sentiram
acolhidos com o set list inovador.
O show do Queens of the Stone Age, neste
segundo dia do festival foi pesado, distorcido, vigoroso, impecável e repassou
grandes sons dos quatro últimos álbuns do grupo. Na ocasião, o ‘Queens’
relembrou que também se toca rock em um festival dedicado ao rock. Não tem
jeito. Os caras têm uma química perfeita no palco e executam com maestria o que
se propõem a fazer. De quebra, a nova música "My God is The Sun" demonstrou que o novo disco promete. Show redondo.
O Alabama Shakes fez o que da banda se aguardava.
A talentosa vocalista Brittany Howard, e o som promissor da nova banda foram
confirmados. Os ‘Shakes’ são um alento no atual cenário morno do pop/rock, como
provou o próprio festival com algumas bandas deploráveis. Ou melhor, ruins
mesmo.
Já o Franz Ferdinand e o Cake, fazem papel contrário. Ao
vivo são frios, e não passam à energia da maneira que seu som soa no estúdio.
Com isso, a apresentação torna-se chata, e transmite apenas sono. O Black Keys,
por sua vez, fechou a noite de maneira animadora, mas que não chama atenção.
Não prende. O blues/rock executado é bacana, porém o som não tem nenhum
atrativo especial.
Domingo
Finalmente saí do meu quarto para
acompanhar de perto o festival.
Cheguei ao Jockey Club no final da tarde, em meio à ‘loucura’ normal de um evento como este: flanelinhas, cambistas, vendedores de cerveja, capa de chuva, etc. De fato, a previsão do tempo indicava que deveria chover a qualquer momento, o que não ocorreu.
Cheguei ao Jockey Club no final da tarde, em meio à ‘loucura’ normal de um evento como este: flanelinhas, cambistas, vendedores de cerveja, capa de chuva, etc. De fato, a previsão do tempo indicava que deveria chover a qualquer momento, o que não ocorreu.
Lá dentro, nada
fora do costumeiro. Lama no tênis, cerveja cara com longas filas, assim como no
banheiro. Pegar uma gelada era verdadeira caça ao tesouro, mesmo com a ficha
para pegá-la no bolso. Sem a ficha então, boa sorte na empreitada. Após tomar o
chopp quente e ruim de um patrocinador do evento, o destino do copo é o chão, e
o lixo torna-se obstáculo na caminhada. Lixo, muito lixo, poucas lixeiras. Já o
cheiro de esterco – que foi forte no primeiro dia - estava ‘ameno’.
Shows no dia 31
No evento, acompanhei Planet Hemp,
Pearl Jam, além de ‘The Hives’. Já tinha visto o retorno da banda brasileira no
Estância Alto da Serra, mas dessa vez, com som bem melhor, os brazucas puderam
mostrar seu estilo de forma contundente. Convence, mas ver duas vezes em curto
espaço de tempo não empolga. The Hives fez o que dela se espera: rock
adolescente, cheio de hits que se tornam chatos após meia hora de apresentação. Sobre o Kaiser Chiefs, me abstenho porque não assisti a banda.
O Pearl Jam fez um show fervoroso para
os fãs, mas decepcionou àqueles apaixonados pelos álbuns dos anos 1990. Na
primeira hora, a apresentação foi baseada nos últimos discos, gerando
impaciência de alguns, como este que vos escreve. Por conta disso, tive a
sensação de que foi um grande show, porém, percebi que não comungo mais com o
som do grupo.
Ouço o som advindo de Seattle desde os 14
anos, e estive presente no Pacaembu, em 2005, no primeiro show dos caras por
aqui, assim como em 2011 – nos dois dias no Morumbi. Nestes, Vedder e companhia
tocaram grandes sons da década passada e talvez eu tenha ficado mal acostumado.
Tenho convicção de que certas bandas têm um ciclo em nossas vidas. Tentei lutar
contra isso, mas Pearl Jam não me diz mais nada com estas canções dos últimos
álbuns. Não vale mais de R$ 100 e nem o esforço para vê-los. Mesmo assim,
respeito-os pela sua história e pelo talento inquestionável de seus
integrantes. Aposto que um dia sentirei saudades de colocar o “Ten” para tocar,
ou o DVD do show no Pacaembu (memorável). Pearl Jam sai da cabeceira e vai para
o armário (a)guardar uma lembrança.
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