Na mudança de canais bem próximo à meia noite o videoclipe de Chico Science & Nação Zumbi chamou minha atenção. Parei
ali, no “maracatu atômico”, pensando em que posição poderia estar no ‘disk’ daquela
noite. Em primeiro, certamente.
Naquele momento casual a MTV se
reencontrava com suas raízes antes de dar seu último suspiro. Na sequência,
Astrid Fontenelle deu o adeus como se fosse o final perfeito para uma jovem história
de 23 anos que teve início com a mesma VJ apresentando a ‘garota de ipanema’ de
Marina.
E que novidade era aquela: videoclipes, videoclipes, videoclipes, quase 24 horas por dia. Era
o momento de inovar a chatice dos musicais do ‘Fantástico’ para produções
inspiradas na matriz americana. O videoclipe de Marina, o primeiro da casa, foi
produzido pela própria MTV Brasil, para incentivar a nova mídia a ser explorada. Deu
certo.
Até então só era possível entrar em contato com as novidades através do rádio, indicações
de amigos, e a MTV Brasil abriu outra porta: ofereceu a oportunidade de
conhecer bandas do cenário do momento, explodiu o grunge, solidificou o new
metal. A importância para as bandas nacionais era imensa e os acústicos ajudaram a "renascer" diversas bandas esquecidas.
Na metade dos anos 1990, entrei em contato com o canal e valia à pena a batalha
diária de seduzir a antena com pedaços de esponja de aço. Apontava para a
direita, para a esquerda, fechava, abria. A sintonia do canal 32 UHF às vezes parava de rodar. Outras
não. Nos episódios legendados de ‘Beavis and Butthead’ lembro de chegar a
segurar a antena durante todo o capítulo. A imagem ficava limpinha, mas era só
se afastar para sair xingando.
A MTV Brasil como a gente conheceu acabou. Nos anos 2000 a mudança no público alvo e o crescimento da internet junto à diversas mídias engoliram o canal que não soube se reinventar. Confesso que fui um dos filhos desgarrados que não queria ver a programação nem de longe. No entanto, muitas pessoas que gostam de outros estilos também construíram seu setlist durante a última década de vida da emissora. Bobagem. O preconceito musical é irrelevante e as divergências ficam de lado. Da MTV Brasil, levo muitas lembranças musicais que pesarão sempre na minha bagagem. Conheceu onde? "Na MTV". Da licença que vou procurar alguma recordação do Teleguiado e do reverendo Fábio Massari. Até mais.
Nunca essa
expressão foi tão saborosa para as produtoras de shows e eventos. A presidente
Dilma Rouseff (PT) sancionou o Estatuto da Juventude. A lei, que passa
a vigorar daqui 180 dias, têm entre seus dispositivos um ponto polêmico: a
limitação em 40% no benefício da meia-entrada para estudantes em eventos
artísticos culturais. Além disso, o texto também engloba jovens de 15 a 29 anos inscritos no
Cadastro Único de programas sociais do governo e que tenham renda inferior a dois
salários mínimos. Legal.
A medida foi
defendida com unhas e dentes por empresários, artistas, e produtores. Para
eles, a aprovação da lei poderia garantir redução de 30% nos preços dos
ingressos oferecidos atualmente. No último post do blog, demonstrei total desconfiança com esse discurso. Afinal, nunca vi empresa que não absorva ganho
financeiro com lucro.
Não estou
defendendo a carteirinha de estudante, que é completamente banalizada, vendida
em qualquer esquina. A produção do festival Lollapalooza, afirmou, por exemplo,
que o evento no Brasil neste ano teve 90% de meias-entradas. Absurdo. E as empresas não perderam o bonde, claro. A lógica da
ilegalidade já havia sido captada há tempos.
Se a maioria das vendas é de meias-entradas, vamos aumentar o preço delas, ora.
E foi o que se fez em longa escala.
Neste ponto do Estatuto da Juventude o governo deu o
ponto, mas esqueceu de dar o nó. Passou a mão na cabeça de empresários,
prometeu boas novas para as entidades estudantis (daqui seis meses), e deixou
para lá a discussão sobre as milhões de carteirinhas ilegais. Assim, montou a mesa para os especuladores
do entretenimento que já acrescentam outros ingredientes para o ingresso
permanecer salgado: “Alta do dólar, impostos, falta de infraestrutura adequada
para a realização de eventos de grande porte e os altos custos de produção”.
Agora, na hora de
comprar um ingresso, quem me garante o término nos 40% de meias- entradas?
“Sumiram em dez minutos pela internet”, podem justificar. Quem vai
fiscalizar? Quem decide o aperto na
corrente é a produtora. Aguardamos a redução no preço sentados. Enquanto isso, o jeito é propor um boicote nos shows dos ídolos em nome de um
processo mais transparente e um ingresso mais barato.
R$ 60 em um
ingresso do Pink Floyd. Cover. Que tal? R$ 600 em um
ingresso do Black Sabbath, na sagrada área vip. E aí? Imagine, então, quanto sairia presenciar uma passagem do Led Zeppelin por aqui. (Ainda sonho).
Led Zeppelin - Londres 2007
Cifras injustas,
para bandas que tem muito valor. Mas por que é tão caro ver um grande show no
Brasil? Ou um show estrangeiro em uma casa fechada? Até as bandas nacionais entraram neste ritmo
desagradável.
A pirataria,
facilidade em obter os álbuns na internet é uma desculpa. O material do artista
antes de chegar ao público passa por gravadoras e gigantes do entretenimento
que exploram a venda dos shows. No final das contas, trata-se de empresas - bandas x gravadores - em busca do melhor negócio. A festa da meia-entrada, disseminada nos quatro
cantos sem rigor, sem controle na entrada dos eventos, é outra explicação.
Conseguir uma carterinha de estudante sem estudar não é tarefa difícil.
Recentemente, o
Congresso – que retorna hoje do recesso - aprovou projeto que restringe em 40%
a venda de meia-entrada em eventos culturais. De acordo com artistas,
produtores, e empresários, à medida depende apenas de sansão da presidente
Dilma Rouseff (PT) e, deve reduzir em pelo menos 30% o valor dos ingressos.
Está aí uma coisa que quero ver.
Não conheço empresa que não absorva
ganho financeiro como lucro, ainda mais se tratando de multinacionais
poderosas, gigantes do entretenimento que, como monstros instalados por aqui
não têm pudor na arte do abuso.
O recado dos fãs nos últimos anos em grandes shows de pop e rock foi
claro. A ânsia do brasileiro para assistir grandes bandas, após 3 décadas de muitas
visitas proveitosas esmoreceu. Pesou no bolso. Ou o preço dos ingressos cai, ou ainda veremos muitos estádios com aquele vazio registrado na foto oficial do público.
O primeiro disco do Black Sabbath
com a formação Ozzy, Iommi, Butler, sem Bill Ward, substituído por Brad Wilk
(Rage Against the Machine) após 35 anos, é uma luz em um deserto de escuridão. O estado
catatônico do rock deu adeus momentâneo à inércia. Apesar da surpresa de
alguns, aí está “13”,
soando como se a banda tivesse um pequeno hiato em sua história: lento, pesado,
redondo, como se fossem Tyranossauros Rex estremecendo o chão, devorando bichos
menores em uma única bocada, mortais do início ao fim.
Divergências de
lado quanto a Ozzy e Dio (descanse em paz, mestre) cada fã com sua preferência
ou com sua paixão por ambos. Não importa. Essa é uma discussão menor após ouvir
“13”. Quem
esperava descascar um abacaxi busque outra fruta e aproveite-a para uma boa
caipirinha.
Show no Brasil
Sem pensar duas
vezes e antes de ouvir “13”
não hesitei na hora de comprar meu ingresso para o show em São Paulo, no dia 11 de
outubro. O local para a “quebradeira” (no melhor dos sentidos) de Toninho &
CIA era uma dúvida, afinal, não há estádios disponíveis neste ano. Mas uma
empresa que cogita trazer uma grande banda não dá ponto sem nó e o Campo de
Marte irá abrigar a fenda no chão que os dinossauros prometem abrir. Tem muito fã
afirmando que já pode morrer após ver o Sabbath. Será um funeral elétrico
coletivo.
Há 5 meses a
frente da prefeitura de São Paulo, a administração de Fernando Haddad (PT) na área
cultural deixa a desejar. O ‘novo tempo’ para a cultura ainda não mostrou a
cara. Para piorar, a Virada Cultural deste ano aumentou gastos, diminuiu atrações
e ficou concentrada na região central da cidade.
O orçamento da festa em 2013, subiu de R$ 7,5 milhões para R$ 10
milhões, mas os eventos foram diminuídos em 16%. Nesta edição foram cortados todos os Centros Educacionais Unificados (CÉUs), que em 2012, reuniram 162 atrações. O secretário municipal de
Cultura, Juca Ferreira, justifica que o antigo modelo levava a dispersão e
explica: “O que nós não queremos é que a periferia tenha de ficar na periferia.
Queremos que as pessoas que moram lá venham até a Virada”, frisou.
A explicação de
Ferreira é razoável. Só que o morador de uma área mais afastada (como eu) sabe das
dificuldades de retornar para casa na madrugada. Como em outras edições, o metrô
fecha meia noite e só funcionará a partir das 4h40. Para pegar um ônibus, boa
sorte. Nesse meio tempo, o número de passageiros aguardando sua vez só aumenta, e
conseguir um espaço no coletivo é uma luta incessante. Adeus, diversão. Além disso, essa concentração dificulta a locomoção de um palco para outro. É o efeito 'panela de pressão', que já ocorreu em anos anteriores. Os eventos deveriam ser espalhados por toda a cidade, levando o acesso a cultura a todos os bairros.
Em seu plano de
governo que ainda nem completou um ano de vida, Haddad prometeu a “ampliação da
virada cultural, mais descentralizada e periódica”. Será que este ano ainda
veremos essa ‘periodicidade cultural’, ou esperaremos até 2014 pela mesma
Virada Cultural? O prefeito que pretende levar empregos para a periferia,
melhorando a mobilidade e fortalecendo essas regiões com o ‘arco do futuro’
(espero que se concretize), esqueceu-se da cultura, por enquanto. Uma pena.
Destaques musicais
da Virada
O entusiasta do
rock, este ano desanimou. No palco São João, Billy Cox & Edgar Scandurra fazem homenagem a Jimi Hendrix. Mais tarde, a banda Mondo Generator, do
ex-baixista do Queens of the Stone Age, talvez anime (00h). O progressivo inglês
dos desconhecidos do Nektar e membros do Van Der Graaf Generator também. (a partir das 16h) É pouco.
No palco Júlio
Prestes, Gal Costa se apresenta às 21h. O funk de George Clinton (3h), apesar
do horário ingrato, é uma boa. Na miscelânea que o lugar se transformará ainda irão
tocar Sérgio Reis & Renato Teixeira (9h), Criolo (12) e Racionais Mcs (15h).
Bacana.
No Pátio do Colégio,
alguns destaques verde-amarelos. O som dos paraibanos do Cabruêra (2h) é
satisfação certa. Mombojó (8h), Céu (16h) e Otto (18h), também merecem atenção.
No palco Casper Líbero, Andréia Dias toca às 16h. No mercado municipal, além da
boa comida, muito choro. Vale a pena.
Em outros nichos
culturais, haverá teatro de rua na Liberó Badaró x Avenida São João, cortejos e
intervenções saindo do Anhangabaú, e stand up comedy na Sé. Mesmo que nada
agrade, sair de casa e dar uma passada por lá é válido, apesar de algumas
derrapadas dos nove curadores e da prefeitura. Mas pode melhorar. É o que esperamos.
“Ei, cidadão, tem como usar fone de ouvido, ou desligar o
som?”. O alerta tem que ser dado ao DJ do coletivo. Não importa se é no período
da manhã, da tarde ou noite. A música alta no transporte público é uma falta de
respeito imensurável.
Neste momento, um passageiro olha para a cara do outro,
mas é difícil alguém quebrar o ‘pacto social’ de interferir no modo de agir
do transgressor sonoro. Nada mais normal, afinal, como diz o ditado, “evitar confusão
é ‘ouro”.
Mas assim, o espaço compartilhado se torna desagradável
para todos ao redor - menos para o propagador do incomodo - que até cantarola
trechos da sua ‘excelente’ seleção musical, como se convencesse as pessoas a
gostarem. Certamente, trata-se de um indivíduo que não é egoísta, pois, gosta
de compartilhar o que considera bom. Porém, mesmo com a nobre atitude, use o
fone de ouvido! Ele será seu melhor amigo para não ter desafetos durante seu
trajeto pela cidade.
Aumentar o volume de qualquer dispositivo, independente
do estilo da música, é uma agressão, e tal ato deveria ser concretamente punido
através de multa. O uso de aparelhos sonoros em transporte público não é
permitido por lei em São
Paulo, desde 2005.
Entretanto, é caso semelhante ao ato de jogar lixo na
rua, ou atravessar fora da faixa de pedestres. Ambas as ações são passíveis de
advertência, mas as punições não existem. Pior ainda quando o ônibus está
lotado e não é possível identificar o perturbador.
Quem nunca se
deparou com algum fã de funk carioca, estilo em moda atualmente, como já foi o
pagode, axé e sertanejo (sem comparações, cada um com seu gosto), “trovando”
letras imbecis dentro do ônibus, despejando teor sexual como se estivesse na
selva, bradando a procura da fêmea – que existe, se acha desejável e gostosa –
em busca do ‘acasalamento’. Agravante ocorre quando o macho detentor de gosto
musical tão ‘sensual’ possui seu próprio veículo. Aí fica desprezível e
incomoda. E muito.
Poluição Sonora
Imagine a cena:
você está tranqüilo em sua casa no fim de semana, aproveitando o merecido
descanso em seu sofá, assistindo um filme, quando o carro, estacionado a poucos
metros de sua residência liga o som.
Minutos depois,
a altura é elevada. Quando se olha pela janela, vê-se o porta-malas
escancarado, com caixas de som suficientes para realizar um comício para
centenas de pessoas, suficiente para estremecer até janelas. É de deixar
qualquer um maluco pela falta de respeito.
Na semana
passada, (23/4) a Câmara de São Paulo aprovou, em primeira discussão, projeto
que proíbe a realização de bailes funk em locais públicos. O projeto foi
apresentado pelos vereadores Conte Lopes (PTB) e Coronel Camilo (PSD) com
justificativa que os bailes estimulam o uso de bebidas alcoólicas, drogas, e com
isso, reúne grande número de pessoas (menores de idade, muitas vezes),
incomodando também moradores.
O não
cumprimento da lei poderá acarretar apreensão e multa, mas o prefeito Fernando
Haddad (PT), sinalizou que, não sancionará o projeto, que deve ser aprovado na
casa Legislativa. Sem dúvida, diversas mudanças deveriam ser feitas antes de
enviar a lei para a promulgação do Executivo, mas o projeto é válido.
A diversão deve
ser estimulada pelo poder público, e sou a favor de festas de rua. Mas quando o
divertimento desrespeita e ultrapassa limites, algo tem que ser feito.
Aos amantes do grunge, saudosos do subgênero do rock alternativo, vem aí o novo disco do Alice in Chains, "The Devil Put Dinosaurs Here".
O lançamento está previsto para 18 de maio, e quem vai ao Rock in Rio, em setembro deste ano, terá a oportunidade de conferir algumas músicas do novo disco. Para quem não vai a cidade maravilhosa, não desanime, porque uma apresentação em São Paulo é comentada nos bastidores.
É o segundo trabalho da banda com o vocalista William Duvall, desde o retorno em 2005, que gerou o excelente álbum "Black Gives Way to Blue" (2009). O talentosíssimo guitarrista Jerry Cantrel afirmou a revista Rolling Stone, que o disco é 'diferente de tudo o que ele já fez'. No entanto, o vídeo de 'Stone', terceira faixa do disco, pode se passar tranquilamente por uma música dos anos 1990.
Vamos aguardar o álbum completo para tirar alguma conclusão. Por enquanto, "Stone" anima os fãs que entenderam que o AIC é uma banda diferente após a morte de Layne Staley. Normal. Não tinha como ser diferente, mas os caras acharam um caminho interessante.
A notícia do jornal Destak é
sensacional: o Black Sabbath virá ao Brasil em outubro deste ano para
apresentações fora de festivais em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Mas na capital paulista, onde será o show? Não há estádios disponíveis na cidade. Então, qual
será este solo sagrado que vai abrigar a reunião de Ozzy Osbourne (vocais), Tony Iommi (guitarra), e Geezer Butler (baixo)?
Sim, os integrantes originais, que nunca
tocaram juntos em terras tupiniquins, estarão reunidos por aqui, porém, sem o ‘mala’ do
Bill Ward (bateria) que atualmente é substituído por Brad Wilk, do Rage Against
the Machine.
Voltando ao sacro local, não há espaço na
cidade de São Paulo para um evento de, no mínimo, 60 mil pessoas. O estádio do
Morumbi que naturalmente comportaria um grande evento como este está
impossibilitado por conta da indefinição a respeito do futuro das obras de
cobertura das arquibancadas. Ao jornal Folha de São Paulo (25/3 Esportes), o
vice-presidente do Departamento Social do São Paulo, Roberto Natel lamentou a
situação. “Existe chance de não termos nenhum show até dezembro”, afirmou.
A Arena Palestra, do Palmeiras, que está
em reforma, corre o risco de não ser finalizada até o final deste ano, e, naturalmente, fica de fora para ter o show do Sabbath. O ‘Fielzão’, do
Corinthians, em Itaquera, muito menos. O estádio do Pacaembu poderia abrigar 40 mil pessoas, mas desde 2006 a Associação de moradores do bairro obteve determinação judicial que proíbe eventos sonoros no estádio e em seus arredores no período noturno. Sobra o estádio do Canindé, que
disponibilizaria 30 mil ingressos. Fora dos estádios, a Arena Anhembi suportaria 30 mil espectadores. Convenhamos, é pouco. Resta, então, no horizonte sombrio, o terreno do Jockey
Club, que promoveu o festival Lollapalooza. Esta até poderia ser uma solução, no
entanto, o custo é muito mais elevado que a locação de um estádio.
Sonho e loucura
O Sabbath divulgará por aqui '13', primeiro álbum da banda com Ozzy nos vocais desde "Never Say Die", de 1978. Nós, fãs malucos, fervorosos, esperamos
(ansiosos) que o local para a realização do show em São Paulo não seja um
problema. Agora, quando o show for oficialmente confirmado, imaginem a loucura na disputa destes ingressos! Ou pensem na ‘briga’ pelo metro quadrado para ficar na
frente destes monstros. Será a realização de um, entre vários sonhos
do rock.
A formação original do Sabbath, que
virá ao Brasil (sem Ward) deixou de existir em 1979, quando Ozzy foi afastado
por problema com drogas. Nos anos 80 e começo dos 90, a banda passou por inúmeras
mudanças e na dança de cadeiras passaram Ian Gillan, (Deep Purple), David
Donato, Jeff Fenholt, Ronnie James Dio, entre outros.
O Sabbath veio ao Brasil em 1992 e
1994, e nestas ocasiões a banda contava com somente Buttler de integrante
original. Ronnie James Dio, e Vinny Appice também estavam presentes na época. Dessa vez, com
o retorno dos integrantes originais, e com a confirmação do palco em Sp em meados de abril, a loucura se aproxima. E
não é exagero. Ao ver Sabbath com Ozzy, Iommi e Buttler, muita gente já
terá visto o suficiente nesta vida para partir dessa para uma melhor.
O sábado (30) salvou o festival com as apresentações de Queens of the Stone Age e Alabama Shakes.
Com uma apresentação espetacular, repleto
de clássicos dos três principais álbuns da carreira, o Queens of the Stone Age
faz o melhor show do festival Lollapalooza, em São Paulo. Outro destaque foi o aguardado Alabama
Shakes, que mesmo com problemas técnicos no palco alternativo, conseguiu ter
grande performance. No domingo, o Pearl Jam agradou a muitos fãs ardorosos, mas
desanimou entusiastas de seu repertório dos anos 1990, que não se sentiram
acolhidos com o set list inovador.
O show do Queens of the Stone Age, neste
segundo dia do festival foi pesado, distorcido, vigoroso, impecável e repassou
grandes sons dos quatro últimos álbuns do grupo. Na ocasião, o ‘Queens’
relembrou que também se toca rock em um festival dedicado ao rock. Não tem
jeito. Os caras têm uma química perfeita no palco e executam com maestria o que
se propõem a fazer. De quebra, a nova música "My God is The Sun" demonstrou que o novo disco promete. Show redondo.
O Alabama Shakes fez o que da banda se aguardava.
A talentosa vocalista Brittany Howard, e o som promissor da nova banda foram
confirmados. Os ‘Shakes’ são um alento no atual cenário morno do pop/rock, como
provou o próprio festival com algumas bandas deploráveis. Ou melhor, ruins
mesmo.
Já o Franz Ferdinand e o Cake, fazem papel contrário. Ao
vivo são frios, e não passam à energia da maneira que seu som soa no estúdio.
Com isso, a apresentação torna-se chata, e transmite apenas sono. O Black Keys,
por sua vez, fechou a noite de maneira animadora, mas que não chama atenção.
Não prende. O blues/rock executado é bacana, porém o som não tem nenhum
atrativo especial.
Domingo
Finalmente saí do meu quarto para
acompanhar de perto o festival.
Cheguei ao Jockey Club no final da tarde, em meio à ‘loucura’ normal de um
evento como este: flanelinhas, cambistas, vendedores de cerveja, capa de chuva,
etc. De fato, a previsão do tempo indicava que deveria chover a qualquer
momento, o que não ocorreu.
Lá dentro, nada
fora do costumeiro. Lama no tênis, cerveja cara com longas filas, assim como no
banheiro. Pegar uma gelada era verdadeira caça ao tesouro, mesmo com a ficha
para pegá-la no bolso. Sem a ficha então, boa sorte na empreitada. Após tomar o
chopp quente e ruim de um patrocinador do evento, o destino do copo é o chão, e
o lixo torna-se obstáculo na caminhada. Lixo, muito lixo, poucas lixeiras. Já o
cheiro de esterco – que foi forte no primeiro dia - estava ‘ameno’.
Shows no dia 31
No evento, acompanhei Planet Hemp,
Pearl Jam, além de ‘The Hives’. Já tinha visto o retorno da banda brasileira no
Estância Alto da Serra, mas dessa vez, com som bem melhor, os brazucas puderam
mostrar seu estilo de forma contundente. Convence, mas ver duas vezes em curto
espaço de tempo não empolga. The Hives fez o que dela se espera: rock
adolescente, cheio de hits que se tornam chatos após meia hora de apresentação. Sobre o Kaiser Chiefs, me abstenho porque não assisti a banda.
O Pearl Jam fez um show fervoroso para
os fãs, mas decepcionou àqueles apaixonados pelos álbuns dos anos 1990. Na
primeira hora, a apresentação foi baseada nos últimos discos, gerando
impaciência de alguns, como este que vos escreve. Por conta disso, tive a
sensação de que foi um grande show, porém, percebi que não comungo mais com o
som do grupo.
Ouço o som advindo de Seattle desde os 14
anos, e estive presente no Pacaembu, em 2005, no primeiro show dos caras por
aqui, assim como em 2011 – nos dois dias no Morumbi. Nestes, Vedder e companhia
tocaram grandes sons da década passada e talvez eu tenha ficado mal acostumado.
Tenho convicção de que certas bandas têm um ciclo em nossas vidas. Tentei lutar
contra isso, mas Pearl Jam não me diz mais nada com estas canções dos últimos
álbuns. Não vale mais de R$ 100 e nem o esforço para vê-los. Mesmo assim,
respeito-os pela sua história e pelo talento inquestionável de seus
integrantes. Aposto que um dia sentirei saudades de colocar o “Ten” para tocar,
ou o DVD do show no Pacaembu (memorável). Pearl Jam sai da cabeceira e vai para
o armário (a)guardar uma lembrança.
O rock pede socorro. O primeiro dia do festival LollaPalooza, em São Paulo, demonstrou que o atual cenário é frustrante. Nem mesmo os veteranos do 'Cake' salvaram a lavoura. Era uma banda pior que a outra até o final com os Killers.
O enviado da Vitrola para o evento, Humberto Camargo, confirmou minha impressão negativa do festival em seu primeiro dia. Além do forte cheiro de esterco no Jockey Club, boa parte do público será obrigada a jogar seu tênis no lixo. A chuva fina formou uma enorme lamaçal em alguns pontos. "Tive que usar botas de borracha. Tem locais em que a lama chega próxima ao joelho. Parece que tem festival que faz isso de propósito", explicou Humberto. No ano passado, o tempo também não ajudou, porém, tablados brancos cobriram toda a parte correspondente a pista. Humberto acompanhou todo o festival e terminou a noite decepcionado com bandas da atualidade. "Para quem já foi em grandes festivais, como o Hollywood Rock, o Pallooza demonstra que o fim do mundo está próximo", disse.
Questionado sobre o nível da apresentação das bandas, Humberto não perdeu a oportunidade de colocar o 'dedo na ferida' e foi taxativo. "A melhor coisa que ouvi, foi quando soltaram uma do Rage Against the Machine (playback) entre um show e outro", lamentou. Para o integrante da Agulha da Vitrola, a banda headliner desta sexta (29), não agradou. "The Killers é compatível com um show para animar festa de debutante", completou Humberto.
Não foi a opinião do jornal Folha de São Paulo, que destacou que o show 'foi um grande concerto de arena, cheio de sucessos para cantar junto". Que os fãs acompanharam religiosamente cada canção é fato, mas a publicação esqueceu de explicar o porque da 'grandiosidade' de uma banda, que não chama atenção do mais atento e parece mais do mesmo.
Palooza hoje
O festival continua hoje e algumas duas bandas merecem atenção: Queens of the Stone Age e Alabama Shakes. Mas uma grande estupidez tem que ser destacada. O horário do show do Alabama Shakes bate com a apresentação do Franz Ferdinand.
Os caras do Shakes entram às 17h30 e deveriam se apresentar em um dos grandes palcos, no entanto, eles irão tocar no espaço 'alternativo', que não tem transmissão pela televisão. No mesmo horário, e este sim com transmissão, toca o Franz Ferdinand. É de se lamentar. A Vitrola também estará hoje e amanhã in loco no evento. Vamos acompanhar.
Sim,
eu irei ao Lollapalooza, em São Paulo, no último dia, mas reconheço que o
famoso festival é o campeão entre os eventos caça níquel por ser cara de pau. A
crítica específica ao evento que ocorre 29, 30 e 31 de março é embasada por conta do descaramento no preço cobrado e pela falta de qualidade das bandas que irão se apresentar.
No ano passado, Foo Fighters, Jane´s
Addiction e a grata surpresa, Cage the Elephant foram os grandes destaques
entre um elevado número de bandas. (por favor, não citem Arctic Monkeys).
Representando o verde e amarelo, somente O Rappa, Plebe Rude e Velhas Virgens. As
apresentações, obviamente, foram separadas em 3 dias de festival e que se dane
o cara que gosta somente de uma única banda, ou de duas em dias separados. A facada no bolso que subiu grandiosamente será a mesma e o problema é seu.
Em 2013, o evento que ocorrerá novamente no
Jockey Club traz Pearl Jam, Queens of the Stone Age, Gary Clark Jr. e a boa
surpresa, Alabama Shakes. Questão de gosto, claro, mas Killers, Black Keys,
Franz Ferdinand e Flaming Lips, são dispensáveis. As duas primeiras são bandas que tem muito ‘confete’ da mídia e são fracas. As duas últimas já tive a
oportunidade de conferir ao vivo. Repetição, não. Obrigado. Os brazucas da vez
contam com Planet Hemp, Criolo, Vivendo do Ócio. Tudo isso pela ‘bagatela’ de
R$ 300. Em três dias de evento, R$ 900 (sem a taxa de in-conveniência ), em um total de 71 atrações. Tudo culpa do cachê dos grandes nomes e da farra da meia entrada, diz a Geo Eventos, que organiza o festival. Isso sem falar no 'Kidspalooza', que por trás da boa intenção de reunir futuros bons nomes da música, tenta atrair o público adolescente, com bandas teens que foram convidadas a se apresentar no evento. O detalhe é que o pai é obrigado a desembolsar um ingresso também. porque menor de idade não entra desacompanhado.
“É o maior festival que São Paulo já
recebeu”, disse um jornal matutino da Rede Globo. “Vai ser o melhor festival
que a cidade já recebeu”, afirmou outro jornal da mesma emissora no período
vespertino. E a abertura para o Lollapalooza continuou na programação
jornalística e deverá permanecer até o fim do evento.
O que talvez muita gente não saiba, (como
eu, que descobri pela manhã), é que a empresa organizadora do Lolla, a Geo Eventos, pertence
às Organizações Globo. E dá-lhe cobertura 'espetaculosa' do 'grande' festival. ‘Ostentação, a gente se vê por aí’. Não? Plim, Plim.
Há dois anos, Brittany Howard, era
funcionária dos Correios em Athens, cidade de 20 mil habitantes no norte do
Alabama, nos Estados Unidos. Mas, em seu
tempo livre, os encontros musicais com amigos rendiam bons covers em bares locais,
e a boa música era garantida através de boas versões de Black Sabbath, James
Brown, Otis Redding, Chuck Berry, Led Zeppelin.
A variedade sonora e o desejo natural
de lançar um álbum levou Brittany - guitarrista autodidata que também toca percussão
- e o amigo de escola Zac Cockrell a desenvolverem
o primeiro disco do Alabama Shakes, junto ao guitarrista Heath Fogg e ao
baterista Steve Johnson. Lançado em abril de 2012, o álbum ‘Boys & Girls’
se destacou como um dos principais discos do ano passado, o que retirou a banda do
anonimato.
O desafio dos ‘Shakes’ agora é
continuar com a série de apresentações pelo mundo (shows que parecem ser muito
bons) e elaborar o segundo álbum para não morrerem na praia. São inúmeros
exemplos de grupos promissores que não tiveram fôlego para prosseguir com o segundo trabalho. Até cabe
um post futuro aqui no blog sobre o assunto. Porém, esse não parece ser o caso da banda que tem
em Brittany verdadeira joia. A líder do Alabama Shakes tem uma voz potente, que é comparada por críticos a grandes cantoras como Janis Joplin e Aretha Franklin.
Além disso, o rock baseado no estilo
clássico dos anos 1970 com pitadas de rock, soul e funk e gospel, junto a energia dos integrantes são
ingredientes perfeitos para que os ‘Shakes’ tragam um alento duradouro para o cenário
desolador atual em que o estilo se encontra.
Após os anos 1970 ter o registro de grandes bandas como
Mutantes, O Terço, Made in Brazil, entre outras, o rock nacional se solidificou
no país e caiu no gosto popular na década seguinte. Com isso, nos anos 1980, Paralamas do
Sucesso, Titãs, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Capital
Inicial, preencheram de vez uma lacuna desafiadora: fazer rock com letras em
português. E foi um sucesso.
Os reflexos posteriores foram constatados nos anos
1990, e o cenário promissor se materializou com Raimundos, Chico Science, Mundo
Livre S/A, Charlie Brown Jr. No entanto, o começo do novo século abriu um
buraco para o estilo e a morte do vocalista Chorão abriu reflexão sobre os
rumos do rock nacional a partir dos anos 2000.
O aparecimento de grupos como NX
Zero, Detonautas e Restart, infelizmente não ocupou o espaço que em todas as
décadas é bem ocupado. Portanto, não é exagero cravar que o rock nacional
encontra-se em coma, aguardando as letras, o peso e a criatividade que sempre
foram notórias em nossos artistas. Não estou desmerecendo as bandas do passado,
mas precisamos respirar novos ares, criar expectativas para que o futuro não
seja tão nebuloso.
De década em década, sempre aparece um grupo de moleques diretamente
influenciados pelo que está acontecendo. Então, onde estão os garotos que
ouviram Raimundos, Charlie Brown, Paralamas, Titãs? Estamos aguardando vocês
saírem da garagem.
A pergunta é difícil,
mas o que estaria fazendo Jimi Hendrix, aos 70 anos se estivesse vivo? Se em 5
anos de carreira (1966-1970) o guitarrista produziu músicas e álbuns fantásticos,
o que poderíamos esperar deste gênio da guitarra que faleceu em 1970? Complicado
imaginar.
Fato é que, Hendrix era viciado no que amava e por conta disso, vivia
gravando no estúdio, produzindo incessantemente. Grande parte desse material
foi lançando durante os últimos 40 anos e a ‘grande novidade’ do momento é "People,
Hell & Angels”. Lançado mundialmente no último dia 5 de março, o disco póstumo
traz 12 canções em performances que nunca haviam sido lançadas – embora algumas
músicas tenham aparecido com outras roupagens.
Na última semana, o álbum vendeu
72 mil cópias e entrou na segunda posição na parada dos Estados Unidos, melhor
posição que Hendrix ocupou desde 1968. É pedrada atrás de pedrada. Coisa de
Hendrix. Coisa de Gênio.